sábado, 31 de janeiro de 2009

Estreia da semana - Ninho Vazio

Em entrevista dada à Folha de São Paulo desta última sexta-feira, Daniel Burman, diretor do longa argentino "Ninho Vazio", resumiu muito bem o espírito do filme que estreou ontem no circuito comercial: "Há um momento na vida em que você tem que reconhecer que já fez o seu melhor e, nesse sentido, enfrentar a sua decadência. Aceitar as mudanças normalmente custa muito."

Já comentei o filme por aqui, por ocasião da Mostra Internacional de Cinema. Não há muito o que acrescentar àquelas minhas primeiras impressões. Apenas uma: não é o melhor filme de Burman em meu conceito. Gostei mais de "As Leis de Família". Mas ainda assim, um filme acima da média.
Vale conferir.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Autoplágio?

Leonardo Cruz, do blog "Ilustrada no cinema", divulgou algo no mínimo curioso.
E muito revoltante e triste, se a teoria estiver correta. Praticamente um "estelionato cultural".
Aos fatos: os filmes "Forresta Gump" e o atualmente em cartaz "O Curioso Caso de Benjamin Button" têm o mesmo roteirista, Eric Roth.
Pois bem. Um site americano, o "Funny or Die", defende a tese de que se trata do mesmo roteiro, apenas requentado. O cúmulo do uso de "fórmulas".
E, sinceramente, mesmo sem legendas, incríveis as coincidências entre as filmagens.
Confira:

Clipes do Balaio # 12 - Quello che non ho

Alguém aí conhece Fabrizio de Andre?? Não?
Bom, eu também não conhecia até assistir a "Palermo Shooting", de Win Wenders, durante a última Mostra de São Paulo.
Fabrizio está presente na trilha sonora do filme. Gostei do que ouvi (bom pop-rock italiano) e socializo por aqui. "Quello che non ho" é o som dessa semana! Fabrizio de Andre em apresentação ao vivo de 1981. Começo dos anos 80, tecladinho moog para encerrar o vídeo. Gostem ou não.


quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Clipes do Balaio # 11 - São São Paulo

Esse blog tá uma bela bosta.
Sem tempo de escrever "de verdade".
Mantenho ao menos esse "quadro" pra que ninguém desista do blog.
E é em clima de aniversário de São Paulo (próximo domingo) o clipe dessa semana.
Canção de um forasteiro que como eu e tantos outros que por aqui vieram fixar residência, pelos mais variados motivos, veneram essa megalópole ainda que com todos os seus "probremas"! A letra é perfeita nesse sentido.

"São São Paulo", de Tom Zé, o baiano de Irará, foi a canção ganhadora do IV Festival Record de MPB, de 1968. Vídeo histórico. Espero que apreciem.


quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

CLIPE DO BALAIO # 10 - UM ENORME ZEPPELIN

Mais um aniversário do Rock!

Antes de qualquer outra coisa, vale fazer uma observação. Sempre fui um grande curioso (dizem que é coisa do tal do signo). Por isso gosto muito de pesquisar a respeito dos assuntos de minha predileção. A maioria das coisas postas neste espaço são descobertas assim. Aprendo muito buscando assunto para o blog, e mais ainda com os eventuais comentários de vocês, meus caros dois ou três fiéis leitores!
Digo isso porque embora eu adore esse tal Rock and Roll, não sou um profundo conhecedor. Uma ou outra informação eu já trago comigo, mas a maioria eu descubro por acaso. E esse clipe é um bom exemplo disso: apenas o descobri fuçando em busca de algo do Led Zeppelin. A maioria das informações desta postagem, por sinal, e muitas outras, em excelente matéria revista Bravo! deste mês.

Mas enfim, o tal aniversário.

No dia 12.01.1969 era lançado o primeiro disco do Led Zeppelin. Precursor do heavy metal, dizem os entendidos. O clipe abaixo, de 1970, traz How Many More Times , que influenciou Black Night, do Deep Purple.

Bastante experimental para a época, dá pra viajar na interpretação de Jimmy Page (guitarra), John Paul Jones (baixo), Jason Bonham (bateria) e Robert Plant (vocal) Sensacional!!

Plant começou bem o ano, por sinal: foi eleito pelos ouvintes da rádio inglesa "Planet Rock" como sendo a maior voz da hisória do Rock.
Outra notícia sobre a banda que agitou o noticiário especializado neste começo de ano: o empresário da banda (ou do que restou dela) afirmou que haveria novo disco a ser gravado, com o filho de Bonhan na bateria substituindo o pai falecido, e com um nome ainda a ser divulgado para substituir Plant, que não aceitou reunir novamente a banda. Em menos de uma semana, o mesmo empresário voltou atrás em suas declarações.

Se vão ou não voltar não se sabe. Então que se curta o clipe! This is Rock, Baby! Yeah!!!!!!

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Clipe do Balaio # 9 - Edição extra

Tendo em vista os já comentados aniversários de nascimento de Elvis e Bowie, ontem, não poderia deixar passar em branco!

Elvis cantando e dançando "Hound Dog"! Sensacional!
E Bowie interpretando "Space Oddity", em vídeo de 1969, música integrante da trilha sonora de "2001 - Uma Odisséia no Espaço", como bem lembrado pelo Clayton.




quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Design 300% espanhol

Quase no fim, últimos dias, uma interessantíssima exposição: a "300% SPANISH DESIGN: 100 CADEIRAS 100 LUMINÁRIAS 100 CARTAZES", em cartaz até domingo, 11/01, no Sesc da Avenida Paulista. Nos dizeres oficiais da curadoria (sob a responsabilidade do arquiteto e desenhista espanhol Juli Capella), "300 obras que apresentam a criatividade do design espanhol no século XX", com "obras de Salvador Dalí, Antoni Gaudí, Javier Mariscal, Pablo Picasso, Antoni Tàpies e Joan Miró".
Dessas exposições em que você entra quase sem expectativas e sai maravilhado.

Há três módulos a serem explorados pelos visitantes.


Entre as luminárias, que oscilam entre as funcionais e as puramente artísticas, podemos encontrar desde aquelas já consagradas e facilmente vistas em nossas residências (ou suas cópias) até dois curiosíssimos exemplares desenhados por Salvador Dalí. Como não poderia deixar de ser, surrealistas ao extremo, com "gavetas" saindo de toda a base das peças (foto).



Quanto aos cartazes, que versam sobre os mais variados temas, desde a publicidade de produtos dos mais variados, feiras, propagandas institucionais de cidades turísticas espanholas, peças de teatro e filmes, e utilizando as mais diversas técnicas para a criação, encontramos assinatura de Picasso e de Miró, para ficarmos apenas nesses exemplos.

Na seção das cadeiras, as maiores preciosidades. Gaudí é representado por duas de suas criações, datadas de 1902 e 1906.




Dalí também está novamente presente nesta seção, com sua cadeira "Leda": sugestivamente feminina, sustentada por apenas três pés, todos calçando sapatos de salto alto. A peça data de 1935 (foto).






Mas não é só entre os famosos que podemos ver peças curiosas. Chamou-me muita atenção (e não contive o riso), a cadeira "Balancim", de Antoni Miralda. Em toda a superfície da peça, desde o assento, os braços, encosto, superfície dos pés, etc., soldadinhos de plástico colados. Na foto abaixo, outra peça do artista utilizando a mesma técnica, para que se tenha uma noção melhor.


Quem visitou a Bienal de 2006 deve se lembrar de outra instalação de Antoni Miralda, bastante impactante visualmente. Era dele a obra "Sabores e Línguas", consistente em registrar em pratos brancos os costumes relacionados com a comida. Difícil explicar, melhor ler a descrição oficial dada naquela ocasião.

Quanto à exposição em cartaz no Sesc, friso que vai só até domingo. Se você vier, me avise que faço companhia (desde que uma cerveja nos espere após a exposição em algum boteco próximo!).
PS: ainda sobre design, bastante elucidativa a edição de "Bravo! 100" deste mês, com "objetos essenciais do design mundial". Entre os objetos, de cadeiras e utensílios domésticos a designs de produtos alimentícios (garrafa da coca-cola e pirulito Chupa Chups), passando por eletrodomésticos e carros (Ferrari e Fusca). Tudo acompanhado da história de criação do objeto.

Clipe do Balaio # 8 = Gil + Bob Marley

Salve balaieiros!

Eis o "Clipe da Semana" em novo dia da semana.

Hoje, continuando na mesma toada de "mensagens otimistas para um ano novo", uma mais que simpática animação para o clipe de "Three Little Birds", de Bob Marley, interpretada por Gilberto Gil. Salve Gil!
E "sorria com o nascer do sol... porque cada pequena coisa ficará bem".
Tenho certeza que agradará!

Ponto de fuga e alguns mestres!

Muito bem pontuado pelo meu colega do curso de "História e Linguagem do Cinema" (em 2007), Clayton Melo: hoje é aniversário de nascimento de David Bowie e Elvis!
Dá um pulo por lá. Texto sucinto mas informativo, e de agradável leitura.
Parabéns ao "Ponto de Fuga"!

REFLEXÕES DE SARAMAGO

Com grande prazer e surpresa foi que tomei ciência da existência do blog do escritor português José Saramago!

Em "O Caderno de Saramago", mantido pela Fundação José Saramago, o genial escritor nos brinda com textos que variam de contos ficcionais a profundas reflexões sobre acontecimentos atuais. Aqui reside, em minha opinião, a principal atração do blog. Por meio dele é que temos contato com a opinião pessoal desse grande pensador moderno, filósofo da natureza humana e verdadeiramente preocupado com a humanidade.

Nos últimos textos, fácil seria supor, reflexões sobre o conflito em Gaza. Leitura obrigatória!

Mais que depressa, já o inseri entre os outros blogs "Do balaio!"

PROTESTO!

Sou leitor e fã da Revista Bravo! desde os primeiros números, tendo à época do lançamento da revista até iniciado uma coleção (Sr. Roviglio "Buda", se ler este texto, favor devolver minha coleçao, acaso ainda a tenha depois de tanto tempo!).
Gosto tanto da revista, a mais importante publicação cultural da atualidade, que deixo um link permanente neste blog.
Mas devo registrar meu protesto com a suposta inovação anunciada na edição de janeiro. Um protesto um tanto vaidoso, admito, mas necessário registrar.
João Gabriel de Lima, Diretor de redação da Bravo!, em sua "Carta do Editor", anuncia algumas inovações da edição nº 137: uma resenha literária em formato de história em quadrinhos, um conto sobre a importância de Elton John, que faz show em São Paulo semana que vem, e seção de entrevista com um personagem (e não com o autor que o interpreta).
Bom, em novembro de 2007, na fase preembrionária deste blog (quando arriscava mandar um ou outro texto para amigos incautos, via spam de correio eletrônico), fiz resenha de um show que rolaria na ocasião no Studio Sp, ainda no velho endereço da Vila Madalena. A novidade é que, já naquele momento, ano e meio antes da Bravo! anunciar suas tais inovações, a tal resenha contou também com entrevista com um personagem inexistente, a Drag Queen roqueira Danila Chama Doida.
Sem o talento dos profissionais da Bravo!, evidentemente! Era mais uma brincadeira entre amigos (Danila Chama Doida foi inventada para sacanear um amigo).

Eis o texto:

No dia 20/11 [de 2007], dia da consciência negra, a cidade de São Paulo terá o encerramento de mais uma importante temporada musical. Ao menos para os fãs do velho e bom Rock’n’Roll.

A exemplo do último dia 6 e do próximo dia 13, no dia 20, WANDER WILDNER, LUIZ THUNDERBIRD e SÉRGIO SERRA subirão aos palcos do Studio SP para encerrar a temporada do show SUBVERSÕES. “Aos palcos”, no plural mesmo. Trata-se de apresentação dividida em duas partes. Em dois sets, em duas versões, ou subversões, como apregoa o criativo título da performance do trio.

Às 22h30 o trio sobe ao agradável palco superior do Studio SP para apresentar, em versões acústicas (violões e baixolão), clássicos de Iggy Pop, Replicantes, Sex Pistols, Devotos, Ramones, Ultraje a Rigor, Rolling Stones, entre outros.

À meia-noite é a vez do palco principal da casa da Vila Madalena recebê-los na companhia da baterista convidada Pitchu, da banda “Mercenárias”, para incendiar o público com as versões elétricas dos hits rockeiros.


SOBRE OS ARTISTAS

WANDER WILDNER é egresso dos bares da Grande Porto Alegre, onde enlouquecia os fãs à frente da banda punk “Replicantes”. É de sua autoria a música “Bebendo vinho”, que alcançou sucesso em todo o Brasil com a regravação pelos paulistanos do Ira!.

LUIZ THUNDERBIRD, ou THUNDERBIRD, entrou para a cena rocker fundando em 1986 a banda “Devotos de Nossa Senhora Aparecida”, ou simplesmente “Devotos”, como carinhosamente se dirige ao grupo no qual permanece como “leader band” até hoje. Teve seu “boom” de popularidade como VJ da MTV Brasil até 2002, registrando ainda uma breve passagem pela Rede Globo em 1994. Apresentou também programas em diversas emissoras FM’s de São Paulo e Rio de Janeiro.

SÉRGIO SERRA, guitarrista, deu início a seu quinhão de contribuição para a história do Rock nacional tocando como guitarrista de apoio do BARÃO VERMELHO. Teve passagens pela banda de LEO JAIME e pelo LEGIÃO URBANA, mas é lembrado principalmente por ter participado da formação original do ULTRAJE A RIGOR em 1982. Tocou também na banda que acompanhava os shows de Lobão, lembra a Drag Queen, e enciclopédia do Rock, DANILA CHAMA DOIDA (leia depoimento completo nas páginas seguintes).


DEPOIMENTO DE FÃ

Quem freqüenta os bares e casa noturnas voltados ao Rock em São Paulo já se acostumou a encontrar essa habitué nos principais acontecimentos que agitam a cidade. DANILA CHAMA DOIDA, ou, como gosta de lembrar sempre seguido de estridente gargalhada, “simplesmente Danila, igual ‘Vanila’, só que mais gostoso”, é notoriamente conhecida como uma “enciclopédia do Rock”. “ROCKER DRAG”, como também se autodenomina, esteve presente nos principais momentos da história do Rock nacional, em especial o paulistano.

A Reportagem a procurou para que tecesse alguns comentários sobre a apresentação do trio no projeto “Subversões”. A esse respeito declarou:

“Meu, são 3 dos mais bacanas roqueiros deste brasilzão de meudeus. Cena oitentista. Sergio Serra é guitarrista, tocou com Lobão e Ultraje nos áureos tempos (80/comecinho dos 90). Thunderbird é baixista e tinha/tem uma banda chamada 'Devotos' que manda um som baseado no rock dos 50 e o punk dos 70, além de ter sido apresentador da MTV por bastante tempo. Wander Wildner, um dos meus poetas prediletos, veio da cena gaúcha, teve uma banda punk chamada 'Replicantes' e há muito tempo toca rock'n'roll sozinho (é um porraloca de primeira). Aliás eu AAAAAdoro os gaúchos. Me recebem sempre muito bem. Lá eu me sinto em casa. Por isso faço questão de tratar muito bem o Wanderzinho quando ele vem pra cá”.

Antes de encerrar seu depoimento muito bem humorado com outra de suas risadas estridentes, sua marca registrada, Danila faz questão de frisar: “Deixa anotado aí pro povo me conhecer melhor: meu filme preferido é ‘Vanila Sky’, mas não gosto muito não do ‘Vanila Ice’. Ele é muito frio!”.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

CLIPES DO BALAIO # 7 - REPRISE

Como eu já havia comentado no fim do ano passado, vou começar a inserir os clipes em outro dia da semana. A princípio às quintas-feiras.

Mas para esta segundona, a primeira de 2009, não ficar em branco, repeteco de um dos clipes da última semana do ano passado.

Para quem por algum motivo não tenha começado bem o ano, vale a mensagem: "Don't worry, be happy!" (não se preocupe, seja feliz!).

Conto

Inseri texto novo e despretensioso no Contusão de estórias, blog de meu amigo Danilo, já mencionado por aqui.
Apenas aprendendo a praticar a escrita.

sábado, 3 de janeiro de 2009

CONDUTA DE RISCO - O 1º filme do ano (Em DVD)

Opa! Feliz 2009 a todos!

A primeira postagem, o primeiro filme do ano. Em DVD.

O correto, todavia, seria dizer "o primeiro filme que vi por inteiro". Antes, comecei a assistir o remake de "Dança Comigo?", transmitido pela TV aberta. Não consegui assistir até o fim por alguns aspectos, dentre os quais ser dublado, com comerciais entre os blocos (problemas conhecidos de todos) e, principalmente, por se tratar de remake do japonês "Dança Comigo?", de 1996, esse sim muito bom. A tônica de refilmagens desse tipo é a simples tradução para o grande público americano, com todas as desvantagens daí provenientes. Neste caso, porém, a ideia central foi mantida. Infelizmente, "limparam" um pouco o filme, amenizando o personagem caricato colega de trabalho do protagonista. Evidente também que o original jamais seria visto pelo tal "grande público americano", nem pelo público "americanizado" (incluindo o brasileiro). Ouvi de um membro de minha própria família quando recomendei assistir ao original japonês: " - Mas eu vou assistir a um filme pra ver um monte de japonesada!?". Foda! Com a ignorância (e com os preconceitos a ela inerentes), nem Deus, Zeus, orishás, Buda, Alá, Shiva, Krishna e Cia. aguentam.

Mas deixando de ladainhas e indo finalmente ao ponto. Ao primeiro filme visto por inteiro em 2009: "Conduta de Risco".

Excelente filme! De fato, 2008 foi a melhor seleção que o Oscar fez entre os indicados a melhor filme (e pela primeira vez assisti a todos) . Não fosse pelos também excelentes "Sangue Negro" e "Onde os Fracos não tem vez", "Conduta de Risco" talvez tivesse alguma chance de levar a estatueta, que também teve como candidatos o muito bom "Desejo e Reparação" e o bom "Juno".

É o primeiro filme dirigido por Tony Gilroy. Roteirista de carreira já consolidada ("Advogado do Diabo" e trilogia "Bourne"), Gilroy é também o responsável pelo roteiro do filme. Aliás, diz que teve a idéia de "Conduta de Risco" quando visitou firmas de advocacia para escrever "Advogado do Diabo".

Trata-se da história de Michael Clayton (George Clooney), advogado de uma grande firma de advocacia que se destaca "limpando" erros dos clientes (em mais de um momento do filme ouvimos a expressão "faxineiro"), mas tem uma vida pessoal atribulada. Divorciado e viciado em pôquer, vê seu bar, negocio paralelo, falir e suas dívidas crescerem. Quando Arthur Evans (Tom Wilkinson), o principal advogado da empresa, sofre um colapso (fica nu em uma audiência) e tenta sabotar todos os casos da U/North, uma empresa cliente envolvida com contaminação química de centenas de pessoas, Clayton é enviado para solucionar o problema. É quando começa a se deparar com questões novas sobre ética profissional e pessoal. Cruza em seu caminho uma executiva da tal empresa (Tilda Swinton), que elege o caminho "mais fácil" para resolver os problemas.
A história se desenvolve de forma não linear, com longos flashbacks. A tensão está presente durante todo o filme e os diálogos são magistrais. Tony Gilroy conduz a trama com maestria, excelente a direção dos atores. Aliás, para desenvolver a história, ele ataca (e acerta) no elenco, fortíssimo:
- George Clooney interpreta o personagem principal, Michael Clayton (que dá o nome original ao filme e a todas as cópias espalhadas pelo globo, com exceção do Brasil). Concorreu ao Oscar de melhor ator (perdeu para Daniel Day Lewis);
- Tom Wilkinson (indicado por esta atuação ao Oscar de ator coadjuvante, teria levado não fosse a concorrência com Javier Bardem, de "Os Fracos não Tem Vez");
- Sidney Pollack (também produtor do filme, em sua penúltima atuação como ator antes de seu falecimento); e
- Tilda Swinton, que ganhou o Oscar de atriz coadjuvante por esta atuação.
Como se vê, elenco de ponta, todos com atuações impecáveis.
O filme teve ao todo 7 indicações ao Oscar: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator (George Clooney), Melhor Ator Coadjuvante (Tom Wilkinson), Melhor Atriz Coadjuvante (Tilda Swinton), Melhor Trilha Sonora e Melhor Roteiro Original (neste quesito perdeu para "Juno"). Repito que se não fosse um ano em que tantos filmes bons concorreram, "Conduta de Risco" teria levado mais estatuetas. Não é exagero dizer também que é a melhor atuação de Clooney.
Há um ponto falho no roteiro, mas que passa quase desapercebido e talvez se inclua entre as "falhas necessárias" para que o filme flua. Sem revelar muito por aqui: um dos personagens é dado como morto, sem que haja um único corpo no local do suposto crime. Mas omissão pra lá de irrelevante. No geral, o filme é excelente. Ótimo suspense pra começar o ano.
A cena final do filme, embora também não de toda inédita no cinema, é sublime (tentarei não revelar muito dela para não estragar): a câmera fecha em close no rosto de Clooney e o acompanhamos por alguns segundos. Percebe-se que Michael Clayton deixa esvair a tensão (presente em todo o filme) e começa a relaxar. Somos convidados a fazer o mesmo. Impossível também não se sentir aliviado. Missão cumprida. O diálogo final é de uma síntese ímpar: "Apenas dirija".