segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Um "novo" heróico?!?!?

Triste e vergonhoso.
Desde ontem tem "bombado" no twitter o vídeo da Vanusa cantando - melhor dizendo: assassinando - o hino nacional em um evento na Assembleia Legislativa paulista. Um horror. Confesso que não consigo mais ver o vídeo por inteiro. Uma vez bastou, tal a raiva que dá da cantora, que erra a letra, troca palavras, repete versos, pula trechos e "improvisa" em excesso. O sujeito que fazia propaganda do guaraná Dolly com o Cléber Bambam - alguém se lembra dessa outra "tosqueira"? - só podia mesmo ter sido rebento dessa mulher. Mais não comento. E me recuso a por o vídeo por aqui. Quem quiser que o veja no youtube. Limito-me a disponibilizar o link: http://www.youtube.com/watch?v=j46rP-SgwaQ&feature=related.

Deu certo?


Perguntaram-me outro dia se eu tinha visto e o que achei de "Se Nada Mais Der Certo", de José Eduardo Belmonte. Respondo por aqui, apesar de, a princípio, não ter me animado a escrever sobre o filme, que não me agradou muito não.
Visto na última Mostra Internacional de Cinema de SP no mesmo dia em que também vi o fraquíssimo "A Duquesa" e o maravilhoso "Aquele Querido Mês de Agosto", justamente entre um e outro, também o situo entre os dois outros em termos de "qualificações".
É um bom filme, com ótimas interpretações de Cauã Reymond e Jorge Miguel, de Luiza Mariani e da estreante em longas Caroline Abras. Seus personagens são levados à margem da sociedade, cada qual por um motivo diferente, e mantêm-se unidos por um laço afetivo. Há boas idéias no roteiro, excelentes intenções. Mas apesar de bem filmado, o filme escorrega em inúmeros clichês ao tratar das "misérias nacionais". Não me agradou o suficiente para que eu o recomendasse. Mas como felizmente eu não sou dono da verdade, há quem tenha gostado do filme, como Paulo Santos Lima, da exigente e competente Cinética e o jornalista Ricardo Calil, da Folha de São Paulo. Ambos enxergaram uma influência de Cassavetes nesse trabalho de Belmonte. O que vi, no entanto, com base em minha mais modesta formação cinéfila - Cassavetes, confesso, é um furo que ainda preciso tapar - foram certos momentos de Beto Brant, mas, vale frisar, com tantos clichês, que acabaram por não me agradar muito no fim das contas.
Um filme que para mim não deu muito certo, apesar dos prêmios que o longa levou no Festival do Rio do ano passado - melhor longa de ficção e de melhor atriz - e no Cine Ceará deste ano - melhor filme, roteiro e ator (Cauã Reymond).

sábado, 29 de agosto de 2009

Fim de uma história musical


Infelizmente nem tudo acaba do jeito que gostaríamos que terminasse. Coisas da vida, diriam os mais doutos na arte de se equilibrar entre as idas e vindas, entre os altos e baixos dos acontecidos. Nem só de anunciar boas novas vivem as notícias, por falar em vida. Nem todas elas são alegres. Há as de morte, as de fim, enfim.
Nessa última categoria a que passo a desenvolver.
Quem me conhece já deve ter ouvido eu contar entusiasmado a minha primeira "balada" em São Paulo, em junho de 97, após uma frustrada festa junina no colégio "Santa Marcelina". Brevemente relatarei para ilustrar a importância do Villagio Café em minha história aqui em Sampa.
Pois bem. Noite de São João de 1997.
Nos primeiros seis meses desde que cheguei de Tatuí (Capital da Música, Cidade Ternura!) morei em uma pensão para estudantes na Rua Itamarati, proximidades do estádio do Pacaembu. A estratégia era ter tempo para ver com calma apartamento e colega para rachar o aluguel. Luciano, o "Goiano", foi quem dividiu comigo (e mais tarde com meu irmão mais novo) o tal apartamento. Antes disso Goiano já tinha se tornado amigo de bagunça. Foi dessa forma que aceitei o convite para ir à festa junina do Colégio Santa Marcelina. Eu recém ingressado na faculdade, não estava longe em termos de idade daquelas menininhas bonitinhas que víamos diariamente saindo do 3º colegial. O que não pensamos foi que por se tratar de uma festa de colégio, e de freiras, as tais menininhas, evidentemente, não se misturariam além das panelinhas de amigos. Pior: não contávamos que antes mesmo das 23 horas, tocando um grande sino de mão, uma das freiras viesse acabar a festa ("-Acabou, gente!", dizia ela), seguindo-se um suceder de luzes apagadas, som desligado, últimos quentões servidos.
Voltamos frustrados - e putos - para a pensão. Aí entra o terceiro personagem dessa história. Paulão, o psicólogo-filósofo-boêmio de Alagoas.
Paulo era psicólogo em Maceió e estava em São Paulo para concluir o Mestrado em fenomenologia na PUC. Gente boníssima, sempre nos propagandeava as boas noites de chorinho no Bixiga. Após sua garrafa semanal de vodka, lá ía o sujeito para suas andanças aos finais de semana no famoso bairro paulistano.
" - Que merda de boêmios vocês são para chegarem em casa antes das 23 horas? 'Vamo' embora comigo. Vou levar vocês para conhecer o Bixiga!"
Sexta-feira. Nas bancas, a Folha de São Paulo havia lançado naquele dia seu Guia da Folha. Já no táxi, com seu Guia da Folha nº 1 que trazia na capa reportagem sobre o Terraço Itália, Paulão, sem se importar com sua camiseta furada no suvaco, nos pediu permissão para, antes de irmos à esbórnia, nos levar para o tal alardeado restaurante com sua "bela vista da metrópole". Fomos apenas ao bar do Terraço Itália, mas que foi suficiente para nos deleitarmos com a vista (sim, era mesmo maravilhosa) e os fogos pululando aqui e ali na cidade. Era noite de São João, como já dito. A cereja do bolo: o garçom, Seu Raimundo, também era alagoano de Maceió. Rapidamente criou-se um vínculo de cumplicidade entre nosso anfitrião e o bom atendente. Na hora da conta, o chorinho de stenheger foi maior que as próprias doses. Por falar em chorinho, foi trançando as pernas que nos levantamos para enfim ouvir um, no tal Bixiga.
Noite que Paulão fez questão de nos levar a todos os bares da 13 de Maio, sem pagar entrada , já que " - Trouxe os meninos para conhecer a casa, só entar, tomar uma cerveja e sair", não sem antes ligar para Maceió para prestar contas a patroa - eram já três e meia da manhã quando fez a ligação - e passar o telefone para que a mulher "conhecesse os meninos", a esta altura já bem embriagados.
Se a noitada marcante de iniciação noturna em Sampa terminou com o rock - e com mais cerveja - do Café Piu Piu, ela começou com o fantástico ambiente de chorinho do Villagio Café.
O lugar era fabuloso. Pequeno mas aconchegante, o som maravilhoso. Inúmeras outras vezes voltei ao lugar, inclusive levando amigos e pessoas de fora quando vinham para São Paulo.
Pelo palco do pequeno bar da Praça Dom Orione passaram vários nomes já consagrados ou que viriam a se consagrar depois no cenário musical.
A casa sempre primou, desde sua fundação em 1992, pela qualidade da programação, isso é fato. Mas a mudança de endereço, deixando para trás a charmosa localização de outrora e se instalando na barulhenta e comercial esquina Teodoro Sampaio/Henrique Schauman talvez tenha sido o início do fim que agora se anuncia. O Villaggio Café noticiou o encerramento de suas atividades.
Se você leu este texto até aqui talvez tenha se interessado pelo lugar. E se a notícia não é alegre, cumpre então festejar ao menos a história do lugar, de quase 18 anos. Se antes mesmo de completar a maioridade já deixa órfãos vários apreciadores da boa música, que seja feita ao menos uma boa festa de despedida. E é exatamente isso que os sócios da casa resolveram fazer.
Este sábado, dia 29, será a última noite de funcionamento da casa. Provalvemente casa lotada de amigos e músicos. Músicos que irão se revezar, a partir das 21 horas, no palco aberto para quem quiser tocar, sem roteiro determinado, homenageando o Villaggio Café.
Não haverá cobrança de couvert e a alegria promete tomar conta do lugar, ainda que com a emoção natural de uma despedida, de um fim anunciado. Mas sem que uma freira venha tocar um sino de mão. Que novas luzes se acendam em outros cantos.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

A Velha a Fiar

Para quem perdeu a exibição na telona deste clássico nacional, eis aqui, na íntegra, o primeiro "vídeo-clipe" brasileiro.
Com trilha executada pelo Trio Irakitan, "A Velha a Fiar", de Humberto Mauro (1960).

Clipes do Balaio # 23

Ei-los aqui novamente: os "Clipes da semana"!
Motivado pela participação dos leitores deste espaço despretensioso.
Sim. Leitora do Balaio, Umaí (assim ela quer ser chamada) enviou o divertidíssimo "Lado A" desta semana! Se alguém conseguir não gostar da animada música, tenho certeza que vai adorar a performance do povo no clipe! Fatboy Slim criou um projeto chamado The BPA (The Brighton Port Authority) e chamou vários músicos para participar. O primeiro single, com participação de David Byrne e Dizzee Rascal, é este, Toe Jam. Não se deixe enganar: apesar do clima setentista, o clipe é recente (2008).
Para o LADO B, a animação do clipe "Samba Morena", da dupla "Dois do Samba" formada por Dudu Nicácio e por Rodrigo Braga. "Meu santinho, não me deixa na mão..."







quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Gainsbourg Imperial!!!!

Melhor que explicar é copiar o texto oficial, retirado do site do SESCSP:


ANO DA FRANÇA NO BRASIL

GAINSBOURG IMPERIAL
SESC Pinheiros

Dia(s) 03/09, 04/09 Quinta e sexta, às 21h.

A Orquestra Imperial apresenta show dedicado à obra de Serge Gainsbourg, um dos maiores cantores e compositores franceses do século XX. O show conta com o encontro inédito nos palcos de Jane Birkin, grande musa e esposa do artista francês e Caetano Veloso, além da participação de compositor e arranjador Jean-Claude Vannier, parceiro histórico de Gainsbourg. O show integra a programação oficial do Ano da França no Brasil. Parceria: Consulado Geral da França, Cultures France e Alliance Française. Duração: 1h40. Teatro Paulo Autran. Não é permitida a entrada após o início do espetáculo. Ingressos à venda pelo sistema INGRESSOSESC, a partir de 26/08, às 14h.

Não recomendado para menores de 10 anos

R$ 40,00
[inteira]
R$ 20,00
[usuário matriculado no SESC e dependentes, +60 anos, professores da rede pública de ensino e estudantes com comprovante]
R$ 10,00
[trabalhador no comércio e serviços matriculado no SESC e dependentes]
Segundo informações me passadas por uma atendente do SESC, serão vendidos apenas dois ingressos por pessoa. O show é bom e será concorrido. Melhor comprar hoje se quiser um lugar na plateia.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Agosto português!


Já demonstrei por aqui toda minha empolgação com "Aquele Querido Mês de Agosto", meu preferido na Mostra Internacional de São Paulo de 2008. O filme também ganhou o prêmio da crítica. Não à toa. O filme é uma delícia.
Se eu fosse distribuidor, teria comprado os direito já na época para lançá-lo somente agora neste mês, primeiro agosto após a exibição na Mostra. E foi justamente o que fizeram os distribuidores. Já na segunda semana de exibição em sampa, mas apenas em uma única sala do Reserva Cultural. Vale a pena conferir rápido, já que não é o tipo de filme que eu apostaria numa longa permanência em cartaz.

Para hoje

Dicas rápidas para hoje.
Às 20hs, no MIS, "Panorama Paulista 02", dentro do Festival de Curtas. Entre os curtas deste panorama, "Samba de Quadra", sobre o último grupo de samba caipira existente, no pequeno Município de Quadra, interior de Sao Paulo. Bom programa gratuito.
Também de graça, dentro do projeto "Cedo & Sentado" do Studio SP, Iara Rennó e seu show-ópera baseado em "Macunaíma" . Pelo pouco que vi na Virada Cultural, muitíssimo interessante. 21h.

Efeito Randômico # 4

Mais uma execução aleatória.
Eis as faixas:
  1. "CORVOS SOBRE O CAMPO" - Tantra
  2. "INHUMA DA TABOCA" - Paulo Freire
  3. "WILD WOMAN" - Albert King
  4. "CANDONGUEIRO" - Pedro Miranda
  5. "COISA DA ANTIGA" - Alfredo del-Penho
  6. SUÍTE N. 1, OP. 46 DA ÓPERA PEER GYNT (de Ibsen), de GRIEG, "No Hall do Rei da Montanha"
  7. "LET´S DANCE" - David Bowie
  8. "CANSAÇO" - Grupo Rumo
  9. "DOSTOIÉVSKY" - Wandi Doratiotto
  10. "MINA DO CONDOMÍNIO" - Seu Jorge
  11. "FESTA DO BOLINHA" - Trio Esperança
  12. "REHAB" - Amy Winehouse
  13. "DONA ZICA" - Dona Zica

O Balaio agora também "Tuíta"!!


Música, cinema e o que mais couber, agora em até 140 caracteres.
É o Balaio Baio no Twitter!
Comentários mais rasteiros por lá.
Nessas "primeiras edições", rápidos pitacos sobre o Kinoforum, Festival de Curtas-Metragens.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Curta uns curtas


Desde sexta passada teve início a 20ª edição do Kinoforum, Festival Internacional de Curtas de São Paulo.

No fim de semana já foram exibidas a sempre ótima programação de terror Dark Side e a curiosa e futebolística Unidos na Paixão. Esta última incluiu o curta "Juventus -Rumo a Tóquio", sobre a final da Copa da Confederação Paulista de 2007, e ainda poderá ser vista em uma última sessão no Cineclube Grajaú, no dia 27, 18 horas. Fora de mão para os da região central, como eu. Mas se eu pudesse ir, iria.

Também não há mais como ver neste festival o excelente curta de Jia-Zhang Ke, "Nós que nos amávamos tanto". O nome em português praticamente entrega o filme, visto na última Mostra Internacional sob o nome em inglês "Cry me a river". Mas anote aí para "pescá-lo" em outra oportunidade.

Para este festival, dentre as que ainda podem ser vistos, selecionei as seguintes mostras:


  • "Pensar e Fazer Cinema 01", que inclui os curtas "Rosa e Benjamin", de Cléber Eduardo e Ilana Feldman, e "Um Sol Alaranjado", de Eduardo Valente, todos expoentes da nova geração brasileira de cineastas, foco de interessante matéria na Bravo! de Junho/2009.

  • "Comédia Musical 03", onde pode ser apreciado, entre outros, o hilário musical "A Velha a Fiar", de Humberto Mauro, considerado o primeiro vídeo-clipe brasileiro.

  • "Panorama Paulista 02". "Samba de Quadra" apresenta o último grupo de samba caipira, raiz do samba paulista, no pequeno município de Quadra, próximo à saudosa Tatuí!

  • "Internacional 05", que inclui a animação irlandesa ganhadora do Urso de Ouro em Berlim "Por Favor, Diga Alguma Coisa".

  • "Internacional 08", com "Arena", curta português premiado em Cannes.

Além desses, outros merecem atenção. As mostras denominadas "Mostra Brasil" (01 a 10), tem tantas outras preciosidades. É ir à "caça" e se divertir!

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Clipes do Balaio # 22 - Toca Raul!!!

Há exatos 20 anos morria Raulzito, no apartamento 1003 do Edifício Aliança Flat, na Rua Frei Caneca 1.100, em São Paulo.
Meu primeiro grande ídolo, embora, naquela ocasião, eu mesmo não tivesse essa noção, prestes que estava a completar míseros 11 anos de vida.
A lembrança mais antiga que tenho de Raul vem de uma brincadeira de criança, bem antes de sua morte - embora eu não saiba precisar exatamente o quanto antes - : eu e meu irmão mais novo, David, ouvíamos e nos divertíamos com "Mosca na Sopa" enquanto pulávamos repetidas vezes no colchão de mola de nossos pais. Não lembro como a música chegou até nós. Nem éramos capazes de enxergar o que havia por trás da letra jocosa. A nós, e a tantos outros fãs, bastava a alegria da melodia do compositor que tantas vezes ludibriou a censura e cantarolou suas críticas veladas e ferozes à ditadura militar.
Talvez o acesso a "Mosca na sopa" tenha sido obra de nosso irmão mais velhor, Júnior, esse sim "fãzaço" de Raulzito. Embora na época fôssemos "inimigos mortais", nos dizeres dos então eternos briguentos irmãos, não tenho dúvida que fui fortemente influenciado em meu gosto musical ao ser apresentado à fitas k-7 de Raulzito.
Antes mesmo das tais "fitinhas de música", um LP de meus pais rodava sempre na mesma faixa. O vinil, uma coletânea de diversos sucessos da época, de diversos intérpretes e compositores. A faixa gasta era "Eu Nasci Há 10 Mil Anos Atrás". A riqueza da letra, sua magia, também fizeram minha cabeça pré-adolescente.
Já em 87 - se não me engano - é que soube de fato quem era o tal Raul Seixas. Com mais uma música de minha predileção juvenil: "Cowboy Fora de Lei", com direito a clipe no Fantástico e tudo o mais. O restante só fui descobrindo aos poucos, e somente após sua morte. Perdi a conta de quantas vezes fui, por exemplo, a shows de Roberto Seixas, seu cover mais famoso, onde todos fingiam acreditar se tratar do original para, em transe, repetir "pelos cinco mil autofalantes" todos os hits de Raulzito.
Inegável sua importância para a música brasileira, influenciando tantos outros músicos e estilos, desde seu parceiro Marcelo Nova a Chico Science, passando por Ira! e Raimundos.
Ao lado do mago Paulo Coelho, "fundou" a Sociedade Alternativa, pregou o hedonismo místico de Aleister Crowley (" Faz o que tu queres/Pois é tudo da Lei!") e, numa espécie de "rastro de Voltaire", defendeu o "direito de ser ateu ou de ter fé" em "O Novo Aeon" (vídeo abaixo).
Por tudo isso, e sempre com coragem para as denúncias e críticas ao regime que "apertava nossos 'pés 37' ", Raul Seixas era de fato um filósofo - sem a banalização sofrida por este e outros termos como "poeta", "gênio", etc. -. E ele foi tudo isso!












"TOCA RAUL" NA VIRADA CULTURAL

Na Virada Cultural deste ano, dias 2 e 3 de maio, um dos palcos foi dedicado inteiramente à discografia de Raul Seixas. Vários artistas, de companheiros antigos a fãs influenciados pelo primeiro roqueiro brazuca, revezram-se no palco "Toca Raul" apresentando a discografia completa de Raulzito, na ordem cronológica. O ordem das faixas também era para, a pincípio, ser respeitada pelos intérpretes. Não foi, ao menos no pouco que pude acompanhar.

Belo cenário para a homenagem: ao fundo do palco, a torre da Estação da Luz, em estilo inglês inconfundível, marca a hora certa. Os shows é que não obedeceram muito a pontualidade britânica.

23h. No palco, Edy Star apresenta as canções da "Sociedade da Grã-Ordem Kavernista apresenta Sessão das 10" (1971), clássico LP coletivo que contava ainda com Sérgio Sampaio e Miriam Batucada, além de Raul Seixas. Entre o público, uma energia muito boa presente em pouquíssimos palcos desta Virada, que somente fez lamentar pelas edições passadas. Mas não nesse palco. Aqui, puxados por Edy Star, todos repetiam "Todo Mundo Está Feliz" [aqui na Terra], uma das faixas do lendário disco. E estavam mesmo. E ignoravam o atraso dos shows seguintes, até mesmo porque para aquele público não faria diferença alguma, já que à exceção de poucos (eu, por exemplo), não cogitavam acompanhar a programação dos outros palcos.

Somente às 23h45, com 50 minutos de atraso, é que um boneco de Raul Seixas é manipulado no palco anunciando a entrada de Nasi, interpretando "Krig-ha-bandolo" (1973), primeiro disco solo de Raulzito, após uma uma breve mas bem sucedida carreira de produtor musical (produziu, entre outros, Sérgio Sampaio e Diana).

Apresentação curta (menos de uma hora de duração) mas o suficiente para empolgar toda a "tribo" presente. Nasi não respeitou a ordem das faixas e precisou tocar outras que não pertenciam ao célebre disco para fazer "volume". O álbum, um de meus prediletos da discografia de Raulzito, ao lado de "Novo Aeon", traz alguns dos maiores sucessos do Maluco Beleza: "Mosca na Sopa" (a primeira que conheci, como já dito), "Metamorfose Ambulante", "Dentadura Postiça", "As Minas do Rei Salomão", "Al Capone", "Rockixe" e "Ouro de Tolo", primeiro grande sucesso da carreira interrompida em 1989.

Fim da apresentação. Quase uma hora da manhã. Fácil perceber a "leveza" no sorriso dos transeuntes após o show, em plena região da Cracolândia. Satisfeito com o que ouvi, brindei a Raulzito e pude ir embora pra outras bandas.

PS: Lamentável a ausência de homenagens ao cantor em São Paulo neste fim de semana. Não há um único palco montado para a data, uma única homenagem sequer.

Raulzito no cinema!

A notícia eu vi no blog do Kid Vinil, dia 08.07. Grande notícia, diga-se.

Um documentário sobre Raulzito, dirigido pelo especialista em documentários Evaldo Mocarzel e pelo talentoso fotógrafo-diretor Walter Carvalho!

"O início, o fim e o meio" foi prometido ainda para esse ano.

É esperar pra conferir!

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Paraty, música, pinga


Um tanto em cima da hora.
Mas se mesmo eu, que fiquei sabendo tão tarde do evento estou me arriscando a ir, penso que outros poderão seguir os mesmos passos. Vale a publicação por aqui.
Refiro-me ao Festival da Pinga de Paraty. Nunca tinha ouvido falar. Caiu em minha mão a programação deste ano e, salvo se dois chapas meus que são praticamente sócios da cidade não conseguirem lugar para ficarmos, rumo pra lá nesta sexta-feira.
O festival começou agora há pouco e prossegue até domingo. Pelo pouco que sei da cidade que ainda não conheço e pela programação, poderia ser festival de qualquer outra coisa. Mas melhor ainda que seja da "mardita"!
Chorinho, samba, forró, maracatu. Enfim, boa música folclórica, regional e popular acompanhando as branquinhas, amarelas e temperadas cravo-canela pra "guela" nenhuma botar defeito.
Simbora pra lá. Eis a programação e sigam-me os bons:

QUINTA FEIRA: 20/08
20h00 - Desfile de Abertura - Av. Roberto Silveira - Centro Histórico - Praça da Matriz Banda Santa cecília
Palco:
21h - Apresentação de danças folclóricas
22h - Concurso Rainha do Festival
23h - TRIO VIRGULINO

SEXTA FEIRA: 21/08
18h - Desfile Temático
Palco:
20h - Jongo do Quilombo do Campinho
21h - Maracatu - Plmeira Imperial
23h - ANTÔNIO NÓBREGA

SÁBADO: 22/08
Coreto:
12h30 - Grupo Nova Onda
14h - Ari e Erivelton (Chorinho)
15h30 - Grupo Coquetel do Samba
17h - Grupo Unidos Farta - Cirandeiros 7 Unidos
18h - Choro das 3
Palco Principal:
20h - Ciranda Elétrica
22h - Cia. Dança e Arte Paraty
23h - ALMIR SATER

DOMINGO 23/08
Coreto:
11h - Choro das 3
12h30 - Ilsinho e Violão
14h - Toke Surpresa
15h30 - Coroas Cirandeiros
17h - Haytá
Palco:
21h - Danças Típicas
22h - PIMENTA DO REINO

sábado, 15 de agosto de 2009

Clipes do Balaio # 21

Voltei.
Quiçá com regularidade.