terça-feira, 7 de julho de 2009

FESTIVAL DE INVERNO DE OURO PRETO E MARIANA 2009 - MG

Esta é pra quem pode ir pra longe, tirar uns dias de férias e aproveitar um ótimo som, um ambiente pra lá de agradável, um boteco a noite e um bom clássico do cinema de tarde.
Ainda não consegui conhecer este festival, mas sempre que vou pra Ouro Preto não há quem não me recomende. Um "carnaval" com um nível acima em termos musicais. Mesmo sem ter checado pessoalmente eu aposto minhas fichas pelo que já pude conferir. O povo de lá é impecável nesse tipo de organização. Não, esqueça o carnaval universitário, do qual provavelmente já conheça algo, ainda que apenas por referência. Não me refiro em hipótese alguma às repúblicas de estudantes. Falo de outra coisa. Só para ficarmos em um exemplo, o Insituto Candoguero, também presente no festival, foi o responsável pelo melhor palco do Carnaval passado. Merecerá uma publicação a parte neste blog, em outro momento. Por ora apenas confesso que não poucas vezes chorei, emocionado em estar naquela festa. Samba de verdade, carnaval de verdade. Até para as crianças havia matinê.
Espécie de conservatório local, o Instituto tem alguns grupos musicais dignos de nota, alem do bloco de maracatu que percorre as ladeiras de OP no Carnaval. Lógico que participei deste.
Mas saudades a parte, longe de ser a principal atração. Mas são o núcleo do cortejo de abertura, que inclui ainda outros blocos típicos como a Bandalheira e o Zé Pereira dos Lacaios.
O tema do festival este ano é o Clube da Esquina. Portanto, nomes como Milton Nascimento, Fernando Brant, Beto Guedes e Lô Borges não poderiam faltar. O show de abertura, em Ouro Preto, fica por conta da madrinha do samba, Beth Carvalho (08/07, 21h). também fazem parte da programação musical das duas cidades Joyce, Tavinho Moura, Viola de Folia (recomendadíssimo, outro projeto do Instituto Candoguêro), Daniel Gonzaga, André Mehmari, Yamandú Costa, Brass Band Mèditerranèe (atração francesa) e Moska.
O festival, com programação diária até o dia 26, não se restringe à música. O teatro também é forte presença, inclusive tendo como palco as inúmeras igrejas das duas cidades. Debates, palestras sobre patrimônio natural, exposições de fotografia, intervenções artísticas diversas, boa programação infantil e ótima programação de cinema com algumas “mostras paralelas”.
A Mostra “100 anos de Carmem Miranda” traz filmes como “Banana is my Business”, “Uma Noite no Rio” e “Entre a Loira e a Morena”. O “Cineclube da Esquina” apresenta clássicos tais como “Deus e o Diabo na Terra do Sol” de Glauber Rocha, “Rocco e seus irmãos” de Visconti, “Jules e Jim” de Truffaut, “Acossado” de Godard, “Hiroshima, meu Amor” de Resnais, “Rastros de Ódio” e “O Homem que Matou o Facínora”, de John Ford. A mostra “Cinema de Resistência no Brasil Ontem e Hoje” foca, evidentemente, o cinema marginal brasileiro. Andrea Tonacci (seu “Serras da Desordem” está na programação), Sylvio Lanna e José Sette são alguns dos cineastas representados.
Se alguém aí estava querendo alguma desculpa pra tomar uma cerveja tão longe, acho que dá pra encarar a estrada! Ah, se eu pudesse... quem sabe ano que vem.

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