segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Deu certo?


Perguntaram-me outro dia se eu tinha visto e o que achei de "Se Nada Mais Der Certo", de José Eduardo Belmonte. Respondo por aqui, apesar de, a princípio, não ter me animado a escrever sobre o filme, que não me agradou muito não.
Visto na última Mostra Internacional de Cinema de SP no mesmo dia em que também vi o fraquíssimo "A Duquesa" e o maravilhoso "Aquele Querido Mês de Agosto", justamente entre um e outro, também o situo entre os dois outros em termos de "qualificações".
É um bom filme, com ótimas interpretações de Cauã Reymond e Jorge Miguel, de Luiza Mariani e da estreante em longas Caroline Abras. Seus personagens são levados à margem da sociedade, cada qual por um motivo diferente, e mantêm-se unidos por um laço afetivo. Há boas idéias no roteiro, excelentes intenções. Mas apesar de bem filmado, o filme escorrega em inúmeros clichês ao tratar das "misérias nacionais". Não me agradou o suficiente para que eu o recomendasse. Mas como felizmente eu não sou dono da verdade, há quem tenha gostado do filme, como Paulo Santos Lima, da exigente e competente Cinética e o jornalista Ricardo Calil, da Folha de São Paulo. Ambos enxergaram uma influência de Cassavetes nesse trabalho de Belmonte. O que vi, no entanto, com base em minha mais modesta formação cinéfila - Cassavetes, confesso, é um furo que ainda preciso tapar - foram certos momentos de Beto Brant, mas, vale frisar, com tantos clichês, que acabaram por não me agradar muito no fim das contas.
Um filme que para mim não deu muito certo, apesar dos prêmios que o longa levou no Festival do Rio do ano passado - melhor longa de ficção e de melhor atriz - e no Cine Ceará deste ano - melhor filme, roteiro e ator (Cauã Reymond).

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