Outro que vale o ingresso. Início um tanto cansativo. Muita coisa acontece, mas em silêncio. Ao contrário do longa anterior do romeno, "À Leste de Bucareste", neste os diálogos são mais escassos, ao menos no início. Em vez disso, vemos apenas o trabalho de um policial em sua rotina de vigilância a um grupo de adolescentes, com vistas a dar o flagrante por tráfico de drogas. Quando os diálogos aparecem, no entanto, o filme ganha em ritmo e humor. Humor que não esconde os temas centrais: uma reflexão sobre o papel da polícia, o rigor da lei, a questão da punição do usuário de drogas, etc. Destaque para os diálogos entre o protagonista e sua esposa, sobre a língua romena, e entre ele e seu chefe, esta última verdadeiro debate filosófico a partir da definição dos temas debatidos (consciência, moral, lei, polícia) retirada do dicionário. Veja!
MOTHER (COREIA DO SUL), de Bong Joon-Ho
Concorrente coreano a uma das indicações ao Oscar deste ano. Ao acompanhar o drama de uma mãe disposta a tudo para livrar o filho doente mental da condenação por assassinato, o filme impressiona pela forma de contar uma história envolvente e com boas reviravoltas. Uma sopa de gêneros, do drama e do policial ao bizarro e grotesco, passando pela comédia (predomintante em todo o filme). O tom de comédia e algumas bizarrices- como a do casal que transa soletrando pratos italianos - parecem ser a tônica do cinema atual coreano (ao menos dos que tenho visto). Ótimas tomadas também contribuem para fazer deste um bom filme. Também pode ser visto sem medo de se perder o ingresso! O Balaio recomenda!!
AMEREEKA (EUA, CANADÁ, KUAIT), de Cherien Dabis
O mais fraco até agora, pode ser deixado de lado sem o receio de se estar perdendo um grande filme. Está longe de sê-lo. Sobram clichês sobre imigrantes nos EUA, sobre os conflitos no Oriente Médio, o preconceito dentro do território americano. Alguns bons diálogos e a discussão dos temas fazem com que o filme tenha bons momentos. Por isso não é de todo fraco, mas não é imprescindível.
2 comentários:
Não deixe de ver Tokyo, sob pretexto algum. Nem ele nem 35 Doses de Rum. O doumentário do Tom Zé é apenas correto, não acerta muito mas também não erra feio.
Adilson, como nao tirarei férias do trabalho para poder passar o dia inteiro na Mostra, estou, na medida do possível, privilegiando os filmes que ainda não contam com distribuição garantida. Tokyo, segundo a FSP, estreia dia 27/11. Valeu pela dica do Tom Zé. Quero ve-lo, mas agora sem grandes anseios.
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