quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Clipes do Balaio # 24 - Gainsbourg Imperial

"Johnny (Jane Birkin) é uma garçonete que trabalha em uma lanchonete de beira de estrada, onde vive solitária e carente. Ela começa a se interessar pelo caminhoneiro Krassky (Joe Dallesandro), apesar dos alertas de seu chefe, Boris (René Kolldehoff), em relação à homossexualidade do rapaz. O fato é que, talvez por causa da aparência masculina de Johnny, Krassky também começa a se interessar pela garçonete, o que atiça o ciúme de Padovan (Hugues Quester), namorado do caminhoneiro."
Esta é a sinopse de "Paixão Selvagem", título em português de "Je T'aime Moi Non Plus", longa de 1976 do multitalentoso Serge Gainsbourg. Transgressor e marginal, como o próprio diretor. A canção título do filme embalava os amassos entre casais mundo afora nos anos 70 e foi proibida pela censura do regime militar brasileiro, que a considerou atentatória à moral e aos bons costumes já que Serge Gainsbourg, cantor e compositor desse e de inúmeros outros sucessos, e sua mulher, Jane Birkin, mais gemiam do que cantavam, como em plena relação sexual. Por essas e outras, Serge Gainsbourg ficou conhecido como "Rei da Canção Erótica".
O SESC/SP, dentro do "Ano da França no Brasil", dedicou ao artista, desde 05.06 e até o próximo dia 07.09, a exposição "Gainsbourg - Artista, Cantor, Poeta, Etc...", na unidade da Avenida Paulista.
Um dos mais importantes artistas do século XX é apresentado ao visitante por meio de totens audiovisuais - com fotografias, vídeos e textos - divididos em 4 fases da vida e carreira de Gainsbourg. O ínicio como artista plástico - "pintor maldito" -, pianista de bar, o flerte com o jazz e o blues, o trabalho como compositor de "hits" e como diretor artístico de ídolos franceses no final dos anos 60, e os sucessivos escândalos. Os primeiros já foram mencionados: a canção "Je T'aime Moi Non Plus" de 1969 e o filme homônimo de 1976. Seguiram-se a esses o "caso da Marselhesa", de 1979, em que ele chocou a França ao demonstrar sua aproximação com a cultura rastafari, interpretando o hino francês em versão reggae. Se não bastasse tudo isso, ainda dirigiu outros filmes, trabalhou com publicidade, publicou um romance decadente e um livro de fotos eróticas. De fato, ícone da contracultura!
Fechando a exposição, em grande estilo, o SESC patrocina hoje e amanhã o show "Gainsbourg Imperial", com ingressos para os dois dias esgotados em poucos minutos.
No palco, a Orquestra Imperial executará os principais sucessos de Gainsbourg na companhia do arranjador Jean-Claude Vannier, parceiro histórico do homenageado, além de sua musa Jane Birkin e de Caetano Veloso. Já dá até para se empolgar (para ser comedido) imaginando Jane, Nina Becker e Thalma de Freitas gemendo juntas na execução de "Je T'aime..."!!! Imperdível mesmo! Melhor que isso só se a filha de Serge e Jane, Charlotte Gainsbourg (atualmente em cartaz na telona em "Anticristo", de Lars von Trier) também estivesse presente.
Mas sem mais ladainhas.
Aos clipes da semana, evidentemente em homenagem ao pervertido (graças a Baco!).
São inúmeros os vídeos disponíveis na internet. Aqui apenas alguns, mais representativos dessas diversas faces do compositor, do erótico ao pop, passando pelo jazz e pelo blues. Evidentemente não poderia faltar Je T'Aime Moi Non Plus, que abre esta série especial - resisti a tentação de inserir trecho do longa, mas não a de colocar aqui um link, impróprio para menores! -. Já que o sujeito é o "Rei da Música Erótica", seguimos com Sea, Sex and Sun, não propriamente em vídeo, mas com slides do cantor. Após, acompanhado tão somente de seu inseparável cigarro em La Javainese e a curiosa história do picotador de bilhete de trem em Les Poinçonneur des Lilas, onde a imagem também vai se picotando (para ver a versão mais antiga, a original de 1958, clique aqui). A pop The Initials BB, homenagem a Brigite Bardot após o fim do relacionamento. Flertando com o blues no início da carreira, Le Claqueur de Doigts, contrastando com a belíssima La Chanson de Prevert - cuja sonoridade lembra um pouco os filmes de faroeste -. Rodeado de bailarinas em Monsieur William e Elisa (clique aqui para ver outra versão de Elisa, com Jane Birkin). Na sequência, flertando agora com o yeah-yeah-yeah, a roqueira Qui Est In, Qui Est Out. Por fim, a jazzística instrumental All The Things You Are.




















2 comentários:

cinemadicto disse...

realmente gainsbourg é um clássico. valeu pelo comentário Dan, o novo disco de Lucas Santtana é um arraso, merece todos os elogios. o música de bolso conheci através do grande balaio. uma delícia, adoro o site. e amostra tá chegando. vai mais calmo dessa vez ou ja tá se coçando? kkk. grande abraço.

Daniel Luppi disse...

eu que agradeço suas visitas.
e que alegria saber que o Balaio foi o caminho para o Musica de Bolso. Acho q eles foram se aprimorando tecnicamente, embora desde os primeiros ja bem criativos.
Sugiro que visite o CAS - Caipirinha Apreciattion Society. Muito bom o som! Musica brasileira "sem clichÊs", como eles definem. To pra escrever a respeito por aqui!
É, Mostra chegando! Irei mais comedido este ano, só os da noite e dos fds!
E tu?