
Embora não seja o melhor Win Wenders, o filme é bastante interessante. Narra a crise pessoal de um fotógrafo famoso mundialmente (qualquer semelhança com "Blow Up", de Antonioni, não é mera coincidência) interpretado por Campino, vocalista da banda de punk-rock alemã "Die Toten Hosen", em excelente atuação (excelente direção de atores, como de costume em se tratando de WW). Excelentes diálogos, mas um tanto herméticos por conta dos temas filosóficos tratados no filme: morte, passagem do tempo, amor, solidão.
Em uma das passagens, a exemplo de "O Sétimo Selo" de Bergman, o protagonista trava um diálogo com a morte (interpretada por Dennis Hooper).
Outras curiosidades do filme: a cidade de São Paulo é destaque logo no começo da história, com seus outdoors desativados servindo de estrutura para a exposição do fotógrafo. O MASP também é citado, com direito a uma maquete.
A trilha sonora também é um capítulo a parte: Nick Cave, Lou Reed (que faz uma ponta no filme), Fabrizio de Andre, entre outros. Bem inserida na história, a música é um contraponto aos acontecimentos. O que se ouve é a música ouvida pelo personagem, cessando a trilha quando o fone de ouvido é retirado. Recurso interessante, fugindo da usual trilha "pano de fundo".
No próximo dia 04/11 será exibido o "making off" do filme, além de comerciais raros dirigidos por Bergman (excelentes, diga-se!!!) e o belo curta-metragem "Cry me a river" (na foto), de Jia Zhang-Ke. No Cinesesc, às 17:40.

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