
Há vários filmes excelentes que são exibidos na Mostra de São Paulo que, por não terem chance de êxito comercial, acabam não sendo comprados pelas distribuidoras para exibição no circuito.
E dentre tantas preciosidades, às vezes são os mais fraquinhos que acabam sendo comercializados. É o caso do mexicano "Sob a Mesma Lua", que estreou nesta sexta feira em sampa.
O filme é extremamente previsível, do começo ao fim (tanto que contarei o fim nesta postagem). Apesar de muito bem filmado, com alguns momentos até interessantes, no geral ele é óbvio e recheado de clichês. Não tenho nada contra clichês, se bem utilizados. Mas não é o caso de "Sob a Mesma Lua". Aqui o clichê é apenas uma fórmula para agradar à massa. Uma espécie de Daniel Filho, Xuxa ou Renato Aragão mexicano. "Filme da família mexicana", no pior sentido em que o termo possa ser utilizado.
Apenas os protagonistas, vividos pela guapissima Kate del Castillo e o carismático garoto Adrian Alonso, e o tema um tanto espinhoso, especialmente para mexicanos e americanos, talvez valham a entrada.
Pois bem. A trama diz respeito à imigração de mexicanos, que entram clandestinamente nos EUA, especialmente na Califórnia. Como disse, um tema espinhoso que, por si só, até dá um certo crédito à diretora (Patricia Riggen). Mas as escolhas para retratar a situação soam como mais um filme melodramático mexicano, ainda que tratado com leveza (mais uma vez, para tornar palatável à "família").
Acompanhamos as "aventuras" dos protagonistas, mãe e filho de 9 anos, separados há 4 anos. Ela imigrante ilegal, ele ainda no México. Com a morte da avó, o menino (muito esperto) resolve entrar sozinho nos EUA atrás de sua mãe. Há alguns momentos interessantes na trama, de tensão e reviravolta. Mas, no geral, é óbvio: não precisa ser muito inteligente para perceber que o filme terá um final feliz. A cena final é de extremo mal gosto. Musiquinha "comovente" tocando no encontro de mãe e filho, a câmera se revezando entre um e outro, com cada vez mais close para que não reste dúvida de quanto estão emocionados com o reencontro. Péssimo. Mas pelo menos aqui fugiu do clichezaço da corrida com abraço!
O filme não é de todo ruim, principalmente para quem não for tão crítico. Mas tendo outro para assistir, vá ao outro!!
PS: um momento que gostei. Há uma cena em que a música de fundo se chama "Superman es ilegal". Sensacional! Sim, Clark Kent não tinha visto e ainda assim é o maior herói dos EUA!!!! Sem visto, como conseguiu trabalho? Grande sacada.
Não encontrei a gravação da versão do filme. A música foi gravada originalmente por um grupo chamado "Los Hermanos Ortiz", na década de 70. A do filme, porém, é mais rápida e mais animada. Eis a gravação original:
2 comentários:
para o alto e...avante?
Adilson
ahah
boa, adilson!
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