sábado, 15 de novembro de 2008

SOB A MESMA LUA

Ainda sobre a Mostra (que será um assunto constante por aqui durante um bom tempo ainda), mas também sobre uma estréia deste fim de semana.
Há vários filmes excelentes que são exibidos na Mostra de São Paulo que, por não terem chance de êxito comercial, acabam não sendo comprados pelas distribuidoras para exibição no circuito.
E dentre tantas preciosidades, às vezes são os mais fraquinhos que acabam sendo comercializados. É o caso do mexicano "Sob a Mesma Lua", que estreou nesta sexta feira em sampa.
O filme é extremamente previsível, do começo ao fim (tanto que contarei o fim nesta postagem). Apesar de muito bem filmado, com alguns momentos até interessantes, no geral ele é óbvio e recheado de clichês. Não tenho nada contra clichês, se bem utilizados. Mas não é o caso de "Sob a Mesma Lua". Aqui o clichê é apenas uma fórmula para agradar à massa. Uma espécie de Daniel Filho, Xuxa ou Renato Aragão mexicano. "Filme da família mexicana", no pior sentido em que o termo possa ser utilizado.
Apenas os protagonistas, vividos pela guapissima Kate del Castillo e o carismático garoto Adrian Alonso, e o tema um tanto espinhoso, especialmente para mexicanos e americanos, talvez valham a entrada.
Pois bem. A trama diz respeito à imigração de mexicanos, que entram clandestinamente nos EUA, especialmente na Califórnia. Como disse, um tema espinhoso que, por si só, até dá um certo crédito à diretora (Patricia Riggen). Mas as escolhas para retratar a situação soam como mais um filme melodramático mexicano, ainda que tratado com leveza (mais uma vez, para tornar palatável à "família").
Acompanhamos as "aventuras" dos protagonistas, mãe e filho de 9 anos, separados há 4 anos. Ela imigrante ilegal, ele ainda no México. Com a morte da avó, o menino (muito esperto) resolve entrar sozinho nos EUA atrás de sua mãe. Há alguns momentos interessantes na trama, de tensão e reviravolta. Mas, no geral, é óbvio: não precisa ser muito inteligente para perceber que o filme terá um final feliz. A cena final é de extremo mal gosto. Musiquinha "comovente" tocando no encontro de mãe e filho, a câmera se revezando entre um e outro, com cada vez mais close para que não reste dúvida de quanto estão emocionados com o reencontro. Péssimo. Mas pelo menos aqui fugiu do clichezaço da corrida com abraço!
O filme não é de todo ruim, principalmente para quem não for tão crítico. Mas tendo outro para assistir, vá ao outro!!
PS: um momento que gostei. Há uma cena em que a música de fundo se chama "Superman es ilegal". Sensacional! Sim, Clark Kent não tinha visto e ainda assim é o maior herói dos EUA!!!! Sem visto, como conseguiu trabalho? Grande sacada.
Não encontrei a gravação da versão do filme. A música foi gravada originalmente por um grupo chamado "Los Hermanos Ortiz", na década de 70. A do filme, porém, é mais rápida e mais animada. Eis a gravação original:

2 comentários:

Anônimo disse...

para o alto e...avante?

Adilson

Daniel Luppi disse...

ahah
boa, adilson!