quarta-feira, 29 de outubro de 2008

NINHO VAZIO


Em "Ninho Vazio", Daniel Burman prossegue retratando a família e suas arestas.

Ao contrário do enfoque dado em "Esperando o Messias" (2000), em "O Abraço Partido" (2004. Este eu não vi!) e em "As Leis de Família" (2006), o ponto de vista deixa de ser o dos filhos. Aqui, quem conduz a história é o pai de família (Oscar Martinez), dramaturgo de sucesso que, com a saída dos filhos de casa, se depara com rachaduras na relação com sua esposa (Cecilia Roth) e com o esgotamento do casamento. Ele se apaixona por uma jovem e bela dentista (Eugenia Capizzano) e ela tem um flerte com um antigo conhecido (Jean Pierre Nohor, atualmente "em cartaz" em uma novela brasileira).

A questão judaica também tem sua representação, a exemplo das películas anteriores: a filha do casal se casa com um judeu e vai embora para Israel.

Mas a grande novidade para um filme de Burman é a liberdade que o diretor se permitiu, com algumas licenças poéticas que a princípio podem soar estranhas (como as cenas de musicais vividas pelo protagonista - que odeia musicais - e a presença constante, quase paranormal, do médico neurologista que o aconselha). Ao final, porém, tais estranhezas se encaixam perfeitamente ao desfecho da história. Mais não digo para não estragar as reviravoltas trabalhadas no roteiro.

Bom filme, valorizado ainda mais com a excelente trilha sonora de Jorge Drexler.

Deve entrar em cartaz em janeiro, mas ainda sem data certa.

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